Os textos seguintes foram redigidos em 2016-2017 e assim se mantêm sem mudança, se excluirmos a atualização da lista de livros, mais os breves resumos dos títulos que desde então publiquei. É minha intenção reformular os conteúdos e talvez mesmo a conceção do todo. Enquanto isso se não fizer, tenha-se em atenção esta advertência.
Abril de 2025

Armando Martins Escritor Sagres - Fotografia

Chamo-me Armando Martins (Armando José Marreiros Martins) e nasci em fevereiro de 1958, em Sagres. No romance a que dei o título de Em Sagres, de traços autobiográficos, falo dessa terra e dos afetos que a ela me prendem.
Vivi no Algarve até aos 16 anos e depois na região de Lisboa, primeiro nos arredores e por fim na capital. Mudei-me para o Norte da Alemanha no outono de 1997. E é a Alemanha tema do meu livro Germanias.
Frequentei a universidade, onde ensinei década e meia, embora em área afastada dos meus interesses. Na verdade, de todos os cursos universitários onde me inscrevi, uma meia dúzia deles, contando Portugal e a Alemanha, o único que terminei foi o primeiro, Economia, tendo deixado os outros ao fim de semanas, meses ou uns semestres. A Economia, porém, como área de estudo, é, para falar eufemisticamente, das minhas últimas preocupações.
Apresentei em 1996 uma tese com o título de A Sociedade Livre e o Mercado, um ensaio no domínio da Filosofia Política, da teoria do contrato social e da Ética Económica, que publiquei em 2019.
De mim poderia dizer, resumindo: nasci em Sagres, vivo na Alemanha e sempre me senti europeu, embora cada vez mais um europeu desencantado.

Interesso-me por línguas, por literaturas e também por política, com distanciamento.
Nas ideias políticas referiria, como inspiração, o liberalismo anglo-saxónico, de Locke a John Stuart Mill, por exemplo, e um kantianismo filtrado pelo tempo. Mais geralmente, em termos filosófico-teológicos, sou devedor, para mencionar apenas a tradição ocidental, de certo neoplatonismo, que tem em Fédon, remontando a Platão, expressão magistral. Deixando a Europa e o Ocidente, não deixaria de indicar, indo à Ásia milenar, o hinduísmo e o budismo.
A propósito do liberalismo, a cujos autores poderia acrescentar Hayek e Popper, austríacos que vieram a representar a tradição política do mundo saxónico, convém distinguir as ideias da prática na cena internacional. Uma grande potência, como os Estados Unidos, tem inevitavelmente interesses e reivindicações que a geopolítica ou a teoria dos jogos poderão estudar, e tais interesses distinguem-se inevitavelmente do campo das ideias filosóficas.
Foi essa, aliás, a ingenuidade dos dirigentes soviéticos e russos quando o império comunista se desmembrou. Não perceberam que a rivalidade entre blocos não assentava apenas em diferenças de sistemas económicos e ideológicos, mas no combate pelo domínio do mundo. Nesse sentido, os Estados Unidos estabelecem, mesmo com os seus aliados, relações de vassalagem, certamente não muito diversas das do império romano. Portugal e a Alemanha, para falar apenas de dois países onde, nos meus raros momentos de otimismo, diria encontrar-me em casa, são vassalos do império americano, e a Alemanha, pese embora a sua importância económica, não menos que Portugal. Para tal facto contribui muito a história alemã e mundial do século XX, que a ordem jurídica resultante da unificação alemã não alterou integralmente.
Talvez se justificasse também uma alusão à ditadura quase universal, em sociedades democráticas, da chamada correção política, que convém distinguir do credo liberal. Os países ocidentais enfrentam hoje uma ofensiva desenfreada, que começou por se pretender de defesa de minorias e resultou num ataque gravíssimo à liberdade e em particular à liberdade de expressão. A atual caça às bruxas dos arautos do politicamente correto não pode explicar-se senão pelo desequilíbrio de raiz da espécie humana, que nos conduz repetidamente a crises deste tipo.

A Literatura desde sempre me interessou. No Algarve requisitava livros nas bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Li muito dos 12 aos 17 anos e, com ritmo menos intenso, até aos 25. Depois continuei a ler, mais devagar, mas ao mesmo tempo com outra exigência.
Recordo com carinho, na adolescência, Mark Twain; na passagem da adolescência para a idade adulta, Charles Dickens em The Pickwick Papers, e nos verdes anos da idade adulta, Simenon.
Hoje, falando de gostos e predileções, poderia nomear, entre outros, na prosa em língua portuguesa, Camilo, Aquilino, José Rodrigues Miguéis e Carlos Oliveira, este último prosador e poeta.
Entre os autores internacionais mencionaria o Thomas Mann de Der Zauberberg (“A Montanha Mágica”), Proust em Du côté de chez Swan e William Faulkner.
Podia referir muitos outros nomes, como, por exemplo, Albert Camus, Josué Montello, autor brasileiro, o Goethe da extraordinária autobiografia Dichtung und Wahrheit (“Poesia e Verdade”).
Na poesia faria referência, nas letras portuguesas, a Camões, Cesário Verde, Camilo Pessanha e Pessoa, e como poetas internacionais Antonio Machado e Rilke.

Escrevo há muito e tenho alguns inéditos antigos. Publiquei já, na área das Letras:

Em Sagres, 2006 (romance, concluído em 2004)
O Livro das Trivialidades, 2009 (divertimento/ ensaio, concluído em 2002)
Contos, 2014 (contos e narrativas, concluído em 2007)
Poesia de Juventude, março de 2015 (recolha poética dos anos 1982-1987)
Germanias, agosto de 2015 (contos e narrativas, concluído em 2011)
Ginecoandrologia, janeiro de 2017 (romance escrito entre 2007 e 2016)
Personagem em Variações, março de 2017 (texto de 1979-1980)
Regresso (poesia), Bremen, fevereiro de 2018; 2.ª edição: novembro de 2019
Em casa e por fora – ensaio e memórias, agosto de 2018; 2.ª edição: março de 2021
A Sociedade Livre e o Mercado, setembro de 2019 (texto de 1995)
Coronavírus – o mundo e a tempestade, agosto de 2020
Dissolução, abril de 2021 (texto de 1981-1982)
Palavras Inúteis – Reflexões sobre a condição humana, fevereiro de 2022 (texto de 2004-2022)
Melancolia e Saudade, março de 2023
Ensaios Desencantados, agosto de 2023
Inexistências (da inexistência como forma comum de existir), junho de 2025

Os meus dois primeiros livros saíram na Europress, os cinco seguintes na Chiado Editora e os últimos em edição de autor, modelo de publicação por que enveredei. Encontram-se à venda em diversas plataformas.

Algumas hiperligações:
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https://www.wook.pt/livro/em-sagres-armando-martins/180876?srsltid=AfmBOoq4xPzTmXafNEvKSRlNFbIY19Tl6WmZZZCAUwjgJ89vFhK7wWt-
https://www.wook.pt/autor/armando-martins/37254?srsltid=AfmBOooFnPPncszGdaImGSIMxXkufYJm6It3eiDH3ffjablGM8g7Lq6h
https://www.amazon.com.br/stores/author/B07ZBL3PX6/about
https://europresseditora.pt/livraria-online/em-sagres/
https://www.bertrand.pt/pesquisa/Armando+Martins